O Prêmio Cidadão deste mês de março vai para um coletivo de pessoas. Há poucas semanas um grupo de ativistas ‘ocupou’ uma sala durante uma aula de Microeconomia na Universidade de São Paulo para ‘dialogar’ com os alunos sobre racismo e cotas para ingresso na universidade.
Eles entraram na sala de aula e começaram a dar o seu recado. Por um ou dois minutos, disseram que havia poucos negros naquela sala de aula e que, então, estavam, naquele momento, propondo o debate sobre racismo no ambiente universitário.
A professora até tentou pedir que fosse agendado um horário diverso de sua aula, que precisava ser concluída. “Você acha então que a sua aula é mais importante que a questão racial?”, disse um dos premiados.
A discussão seguiu, exaltada, por cerca de dez minutos. Os premiados ativistas se expressavam com ‘cala-a-boca’, ‘você é racista’, ‘otário’. Os alunos queriam ter aula e foram insultados por isso.
Por seu senso de oportunidade, pela contribuição que deram ao debate das cotas nas universidades, mas principalmente por dar ensejo ao aparecimento público de uma figura admirável como Fernando Holiday, o negro mais negro de sua geração, um novo Lima Barreto, esse invasores de salas de aula, pentelhos, desbocados e mal-educados, receberam de nossas mãos o prêmio de Cidadão do Mês de Março de 2015.
“Se todos fossem iguais a vocês, que maravilha viver”…