Sólon, o reformador

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É a vez de Sólon. Uma figura memorável. A vida de um grande homem é uma mistura indiscernível de gênio, de preparo e de oportunidade. Sólon teve um tanto de cada um dos três.

Comecemos pelo último. A oportunidade. Os comerciantes começaram a enriquecer através dos portos, começaram a comprar terras dos pequenos proprietários endividados e, assim e assim, a reivindicar espaço político – com o apoio das massas. Com o apoio das massas, entendam. A massa começou a ficar endividada. O sistema jurídico alimentava um regime de escravidão por dívidas. O bode espiatório era a nobreza. Entre a cruz e a espada. E Sólon foi lançado candidato a herói.

O homem era de família nobre, que porém em meados do século VII a.C. começou a perder dinheiro. Ele decidiu ganhar fortuna correndo o mundo vendendo azeite. Era muito curioso por conhecer novidades em outras paragens. Foi o primeiro grande poeta de Atenas. Depois que refez sua fortuna, voltou a Atenas, e era por todos considerado um espírito livre de preconceitos e um homem de fundamental honestidade. Era popular nas duas classes que travavam luta em Atenas.

Ocorreu que ele prestou um grande serviço à cidade, que na época travava com Mégara batalha pela posse da Ilha Salamina. É que quem a possuísse possuiria naturalmente Atenas, pois ela é como o ferrolho do porto ateniense. Apesar dos esforços dos atenienses, os megarenses a ocupavam. Havia um lei em Atenas proibindo se falasse da questão salamínica. Questão de preservar a honra da cidade. Aí vem o toque de gênio. Sólon se passou por louco e leu em público um poema deplorando o fato de Atenas ter entregue Salamina nas mãos dos megarenses. Os circunstantes o escutavam, de ouvido em pé. Ressabiados no começo, com pouco se deixaram arrastar pelo que ouviam. Catarse geral. Quanto desaforo nós aceitamos? Onde estávamos com a cabeça? Então deu nisso: o povo ateniense marchando sobre Salamina. Convenhamos, o cabra mereceu. A ilha foi reconquistada por Atenas. Este acontecimento. Com a estima que Sólon inspirava. Os atenienses o escolheram como arconte em 594 a.C. Transformou-se em legislador e árbitro do conflito que dividia os atenienses. O homem começou disposto a mudar muita coisa. E tinha cacife. Duvidam? Pois aguardem.

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