A Religião do ‘Pão de Mel Cósmico’

paodemel
Este é o Pão de Mel Cósmico — que vive na Nebulosa do Cavalo.

Luiz Felipe Pondé é pós-pós-pós-doutor, mas virou estrela mesmo quando com fino bom humor e rara inteligência atacou, sem dó nem piedade, os chamados jantares inteligentes. No que andou muito bem, aliás. Filósofo radicado em São Paulo, é o para-católico mais enrustido da paróquia; baiano, careca, fumador de cachimbos, professor de filosofia, autor de livros de aforismos muito bem-sucedidos, dono de uma prosa fácil e escritor de artigos confusos — sim, ele mesmo — protagonizou um interessante debate sobre Religião. O vídeo, promovido pela CPFL Cultura, pode ser visto aqui.

O jantar reuniu quatro pessoas mais ou menos interessantes. Quem ‘ganhou’ o debate foi o pastor batista Ed René Kivitz. Lúcido, muito lúcido. Quase irretocável. Mandou bem. Quer tirar os pais de santos convictos dos altares católicos da Bahia. Eu também. Não fosse eu católico, servo de Deus, filho de Nossa Senhora e devoto de São Francisco de Assis, ouviria mais o que esse homem tem a dizer. Grande presença.

Em segundo lugar, pelo batismo e pela graça. Mais por isso do que por sua participação mesma. Está o católico leigo Ítalo Fasanella, fundador de uma comunidade católica.

Aí vem a parte mais curiosa: a terceira participante é uma senhora com dupla personalidade. Pelo batismo e pela origem familiar, chama-se Libertad. Mas a moça debandou-se para a Índia. Provavelmente foi em busca do Hinduísmo. Mas perdeu o mapa e acabou caindo nas garras de Swami Rajneesh, o famoso Osho. Lá foi iniciada e recebeu novo nome: Ma Dhyan Bhavya. E parece que gostou da coisa toda. Ela acredita em Deus? Na verdade, não sabe bem se é ateia ou se crê em Deus. Crê em uma ‘alma do mundo’. ‘Em uma energia, em um caminho interno de buscar a sabedoria dentro de mim’. Sei. Vai fundo. Não tentarei impedi-la.

Mas o ponto alto ficou por conta do perdedor do debate, o ateu intelectual e darwinista Jaime Alves. Para ele, a fé é fruto da falta de conhecimento. Ele, sim, está repleto de conhecimento. Quem é Santo Tomás de Aquino perto dele? Ninguém. Um mero ignorante. Quem é Joseph Ratzinger? Uma nulidade. Ele, Jaime Alves, e seus coleguinhas é que são os maiores sábios. Aposto que esse sujeito não abre um livro decente há mais de uma década. As últimas obras que leu provavelmente foram da Coleção Vagalume, no colégio. Teve orgasmos intelectuais quando descobriu, no seu livro de cabeceira, História Geral, 2ª Ano (Livro do Aluno), que o Iluminismo e a Ciência Moderna acabaram com a hegemonia que a Igreja cultivou nas trevas da Idade Média. Alimenta-se de History Channel e de National Geographic, coitado. Fato é que em razão da iminência de uma derrota fragorosa — quando Pondé já começara a contar até dez — ele acabou se saindo com essa: estou para criar uma nova Religião: a Religião do Grande Pão de Mel Cósmico que Vive na Nebulosa do Cavalo. Ganhou o coração de todos os orgulhosos desamparados que não creem em Deus nenhum: a partir de agora já podem crer em um Deus criado por um ser bem inteligente. Tão inteligente como Jaime Alves.

Eis aí os filhos do Grande Pão de Mel Cósmico. Que vive na Nebulosa do Cavalo. Esplêndido. Só que tem uma coisa: Quede os milagres? O Grande Pão de Mel Cósmico responde às orações de seus fiéis? Funda civilizações a partir das cinzas de impérios devastados por bárbaros? Acho que não, né. Então, quem quiser se arriscar que vá lá. E depois me conta.

14 comentários em “A Religião do ‘Pão de Mel Cósmico’

  1. Só uma correção. Sou evangélico de tradição reformada por isso não tenho intenção alguma de defender o ateísmo. Mas quando o jaime disse que fé é falta de conhecimento, não estava querendo dizer que aquele que crê em Deus é “burro”, mas sim que a fé é produzida diante daquilo que não se sabe realmente se existe, ou seja, a falta de conhecimento diante de algo que não se pode conhecer por completo.

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  2. Que devaneio esse texto. Somente confirmou a afirmação do ateu no debate: Falta de conhecimento. Então a pergunta do “lúcido” (isso mesmo) foi muito bem respondida pelo seu texto de uma penúria intelectual evidente: A fé define o QI SIM!

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      1. Vou te explicar, caro “O Editor”: Jaime Alves disse que fé não define caráter. Então, Ed René Kivitz fez a seguinte frase retórica (em outras palavras): – Mas pelo visto define Q.I.
        Disse isso porque entendeu que Jaime estava menosprezando os teístas, pensando que por crerem tem inteligência inferior.

        Meu ponto de vista: Ed René Kivitz é um professor de religião, Jaime Alves é um cara comum, que escolheu não crer. O professor venceu o debate porque tem ideias e conceitos bem mais aprofundados. Quem está certo? Para os crentes o prof, para os ateus o leigo que “perdeu” o debate. A eternidade nos dirá!

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  3. Você apenas descreveu o debate com a SUA OPINIÃO, distorceu e ironizou a fala do ateu.. Mais uma vez um crente mostrando sua falta de paciência para com as outras crenças e negando a diversidade como se VOCÊ tivesse todas as respostas e que elas se resumem em apenas uma palavra… DEUS. É fácil falar que o ateu esta errado e tal porém com a mesma coragem que teve ao falar do ateu você não teria para falar do islã, porque sabe que eles são iguais a vocês, sem paciência para aceitar a diversidade por isso que adoram executar quem vai contra sua crenças.. ( a diferença é que vocês são mais bundões).
    Sou ateu agnóstico e estou apto para rever meus conceitos porém ainda não encontrei nada que levasse a fazer isso e não seria um artigo de um crente revoltado e irônico que mudaria a vida de um ateu, um agnóstico, um budista, porque você apresenta sua ignorância e a falta de paciência para discutir um assunto tão amplo de forma pacifica.. Passar bem!

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  4. Vou te explicar, caro “O Editor”: Jaime Alves disse que fé não define caráter. Então, Ed René Kivitz fez a seguinte frase retórica (em outras palavras): – Mas pelo visto define Q.I.
    Disse isso porque entendeu que Jaime estava menosprezando os teístas, pensando que por crerem tem inteligência inferior.

    Meu ponto de vista: Ed René Kivitz é um professor de religião, Jaime Alves é um cara comum, que escolheu não crer. O professor venceu o debate porque tem ideias e conceitos bem mais aprofundados. Quem está certo? Para os crentes o prof, para os ateus o leigo que “perdeu” o debate. A eternidade nos dirá!

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  5. Ao invés de fazer uma crítica baseada em argumentos convincentes, apenas se perde fazendo um ataque pessoal ao Jaime. FUNDAMENTALISMO PURO.

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  6. esse texto foi pessimante construido, ironizando a fala de alguns, no minimo seria melhor trabalhar sua gramatica bem como parar de objetificar as falas com suas opiniões sem nexo, e que não contribui em nada para a discução, sem mais, o google é gratuito e qualquer um pode estudar antes de encrever um texto como esse, para não passar vergonha.

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